Quinta Autoral Fabulônica: Marcio Muniz

Pátria Amada Brasil

Ouviu-se do Ipiranga
o grito da independência.
Independência?
195 anos depois,
a república a beira da falêncianos faz pensar:
Somos livres de verdade
ou o que há
é apenas uma data para se mencionar?
Conquistamos a liberdade
ou só trocamos o opressor?
Seja como for,
não podemos nos calar.
É preciso questionar.
Bradar a plenos pulmões,
romper com os verdadeiros grilhões.
Não nos façamos de rogados,
sem essa de agir como pobre coitado.
Às armas! Às ruas! À ação!
Sem essa de alienação.
Não adianta apenas reclamar,
aproveitar só feriado
e o deixar passar.
Que a data simbólica
sirva como inspiração,
enchendo de coragem
e patriotismo o coração.
Que o esforço dos inconfidentes
não seja em vão
e de todos que lutaram
para sermos uma nação.
Contra tudo e todos,
gritemos: Fora!
Pois é chegada a hora
de ver raiar em definitivo.
O sol festivo
da derradeira libertação.
Digamos: Não!
A tudo que nos mantenha nesta prisão.
Nada de “independência ou morte”.
O que queremos

é ver respeito
aos nossos direitos,
e não ser largados a própria sorte.
Queremos e podemos
brindar a liberdade com a vida.
Diga sim ao país,
Dê vivas ao Brasil!
E que a pátria mãe gentil
Possa ser um pouco menos servil.
Corrupção. Impunidade.
Injustiça. Desigualdade.
Vamos pôr a termo
Estes e outros tantos males
que não permitem
uma real liberdade.
Que este 7 de setembro
não nos remeta somente ao passado,
sem deixá-lo, todavia, de lado.
Que ele nos faça derrubar os muros
que nos impedem
de conquistar a independência do nosso futuro.

Marcio Muniz